Contexto
As cidades estão no centro da agenda climática global. São grandes emissoras consumindo 78% da energia produzida e gerando mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa mas também são catalisadoras de soluções. Para cumprir esse papel, é necessário transformar profundamente os sistemas urbanos: mobilidade, habitação, saneamento, resíduos, uso do solo e energia.
No Brasil, mais de 85% da população vive em áreas urbanas. As desigualdades estruturais entre os territórios tornam a pauta urbana também uma pauta de justiça climática. Enchentes, calor extremo, insegurança hídrica e moradias precárias atingem de forma desproporcional os mais vulneráveis.
Construir cidades resilientes e sustentáveis exige capacidade institucional, planejamento integrado, marcos regulatórios consistentes, financiamento adequado e participação social ativa. Além disso, requer uma nova forma de cooperação entre os níveis de governo, setor privado, sociedade civil e comunidades locais, com foco em escalabilidade e impacto duradouro.
Essa mesa redonda busca estimular um debate técnico e político sobre como posicionar as cidades brasileiras como protagonistas da resposta à crise climática, articulando infraestrutura, governança, dados e inclusão social.
Objetivos
Explorar os caminhos para transformar os sistemas urbanos brasileiros, com foco em soluções sustentáveis e resilientes para mobilidade, edificações, saneamento e infraestrutura verde.
Fortalecer os pilares da adaptação climática nos territórios urbanos, com destaque para instrumentos de planejamento, dados, sistemas de alerta, soluções baseadas na natureza e infraestrutura crítica.
Debater mecanismos de governança e articulação institucional que sustentem políticas públicas consistentes, alinhadas às metas climáticas e adaptadas à realidade dos municípios.
Discutir instrumentos financeiros e regulatórios que viabilizem a implementação de soluções climáticas em escala urbana, incluindo blended finance, fundos subnacionais, créditos de carbono e parcerias público-privadas.
Conectar a agenda urbana à justiça climática, garantindo que o redesenho das cidades seja uma oportunidade real para reduzir desigualdades e proteger populações vulneráveis.