A justiça climática é uma abordagem que orienta as políticas públicas considerando que os efeitos da crise climática agravam desigualdades já postas na sociedade. Num contexto de desastres, o acesso já crítico a direitos humanos se torna ainda mais frágil, gerando violações não apenas da segurança, mas também da saúde, habitação, segurança alimentar, educação e outras garantias fundamentais para uma vida digna. Nesse sentido, o que observamos é um impacto muito mais acentuado sobre aqueles que menos contribuíram para a causa de um desastre, como é o caso das crianças.

Um dos aspectos de aprimoramento dos processos de governança para desastres inclui trazer os grupos vulnerabilizados para os debates e tomadas de decisão. O processo de inclusão das crianças deve integrar dois caminhos: (1) promover a educação para desastres, para que a temática seja ensinada com uma linguagem adequada ao recorte etário, e (2) promover a escuta para que, no processo de elaboração de políticas de prevenção e resposta, seja considerada suas perspectivas e necessidades específicas, contribuindo para políticas mais adequadas e robustas.

O painel pretende debater o papel dos parlamentares na formatação de uma governança para desastres mais adequada à redução do risco e das vulnerabilidades, e à promoção de processos mais participativos e transparentes.